Um plano de aposentadoria com mais satisfação

por Carl Richards
NY Times
Dezembro 2016
Traduzido por Dado Salem




O conceito de aposentadoria, como o entendemos hoje, está completamente desatualizado.

Espere um minuto, eu disse completamente desatualizado? Quero dizer completamente, ridiculamente, totalmente, absurdamente desatualizado. Não foi uma boa ideia quando Otto von Bismarck, chanceler da Alemanha, o preparou, e certamente não é uma boa idéia agora.

Em 1881, Bismarck projetou um plano para a aposentadoria, na esperança de neutralizar uma ameaça de marxistas, que estavam ganhando popularidade em toda a Europa. O plano foi realizado em 1891 com a idade inicialmente fixada em 70; Ele foi reduzido para 65 em 1916. Na época, a maioria dos aposentados em potencial estariam mortos aos 65. Política inteligente naquela época, talvez, mas certamente má política agora. Se você chegar a 65 hoje, de acordo com a Seguridade Social norteamericana, você tem uma expectativa de vida de mais 20 anos. Mas não podemos culpar Bismarck por não ter pensado o sufuciente, isso foi há 135 anos!

Pós-verdade, a palavra do ano de 2016 segundo Oxford Dictionaries

Oxforddictionaries.com
Novembro 2016
Traduzido por Dado Salem



Depois de muita discussão, debate e pesquisa, a palavra do ano de 2016 do Oxford Dictionaries é Pós-Verdade - um adjetivo definido como "relacionado ou denotando circunstâncias em que fatos objetivos são menos influentes na formação da opinião pública do que apelos à emoção e crença pessoal". Por que ela foi escolhida?


O caso de legalizar a profissão mais antiga do mundo

por Peter Singer, Professor de Bioetica na Princeton University e Laureate Professor na Universidade de Melbourne
Project Syndicate
Novembro 2016
Traduzido por Dado Salem



O trabalho sexual é, como se diz, a profissão mais antiga do mundo - exceto que o ditado usa "prostituição" em vez de "trabalho sexual". A mudança para um termo menos pejorativo é garantida por uma mudança nas atitudes em relação aos profissionais do sexo que contribuíram para a decisão da Anistia International em maio de pressionar governos a revogarem leis que criminalizam a troca consensual de sexo por dinheiro realizada entre adultos.

O apelo da Anistia Internacional foi atingido por uma tempestade de oposições - parte delas vindo de pessoas que evidentemente não conseguiram distinguir entre a indústria do sexo como um todo e o tráfico de seres humanos que, em muitos países, é uma realidade trágica. Ninguém quer legalizar coerção, violência ou fraude na indústria do sexo, nem o uso de profissionais do sexo que não são adultos. Mas algumas organizações que lutam contra o tráfico entendem que, quando o trabalho sexual é ilegal, é muito mais arriscado para os profissionais do sexo queixarem-se às autoridades quando são escravizados, espancados ou enganados. Por esse motivo, o Secretaria Internacional da Aliança Global Contra o Tráfico de Mulheres aplaudiu a Anistia Internacional por apoiar a descriminalização.

Sobre o triunfo de Trump e o ponto cego que o criou

por Otto Scharmer Co-fundador u.lab, Professor Sênior do MIT
Novembro 2016
Traduzido por Dado Salem




Entramos num momento decisivo não só na América, mas também globalmente. É um momento que poderia nos ajudar a despertar para um nível mais profundo de consciência coletiva e renovação - ou um momento em que poderíamos cair numa espiral rumo ao caos, à violência e condições semelhantes ao fascismo. Se é um ou outro depende de nossa capacidade de tomar consciência de nosso ponto cego coletivo.

A eleição de Donald Trump como o 45o presidente dos Estados Unidos emitiu ondas de choque através do planeta. Numa repetição do Brexit, uma coalizão de brancos, homens e mulheres de classe trabalhadora (e de classe média) de áreas principalmente rurais elegeu um candidato anti-establishment para o cargo de presidente. Mas a eleição de Trump não é um dado marginal: basta olhar para a ascensão global de homens fortes como Vladimir Putin, Recep Erdogan, Viktor Orban e Rodrigo Duterte e a onda de outros populistas de direita.

Por que o país mais rico e próspero do mundo elegeu um candidato que nega as mudanças climáticas, que usou linguagem racista, sexista, misógina e xenófoba durante toda sua campanha? O que nos faz colocar alguém como ele na Casa Branca? Por que criamos uma eleição presidencial entre dois dos candidatos mais detestados de todos os tempos, Donald Trump e Hillary Clinton? Por que Trump, que mentiu e atacou minorias, jornalistas, mulheres e deficientes, só se tornou mais forte ao longo da sua campanha? Qual é o ponto cego que nos impediu de ver e mudar as forças mais profundas em jogo? Por que, repetidas vezes, criamos coletivamente resultados que a maioria das pessoas não quer?

O Brasil começou a encarar seus problemas

Por Daniela Frabasile
Época Negócios


William Ury: "Vivemos um momento de crises em todo o mundo. É preciso ter perspectiva para encontrar soluções boas para todos". Para o negociador, o Brasil começou a encarar seus problemas, uma fase difícil, porém necessária para solucionar a crise.



O momento é de crises e conflitos em diversas regiões do mundo. A crise política e econômica no Brasil, a vitória do Brexit no Reino Unido, ataques terroristas na Europa, conflitos raciais nos Estados Unidos e confrontos no Oriente Médio. Negociador e autor dos best-sellers Como Chegar ao Sim e Como Chegar ao Sim com Você Mesmo, William Ury não tem a solução pronta para todas essas questões. No entanto, ele é categórico ao afirmar que o primeiro passo para resolver todas elas é o mesmo. Em todo o mundo, as pessoas precisam se distanciar da situação e avaliar os reais interesses da sociedade. Segundo ele, só assim será possível encontrar soluções criativas e que possam beneficiar a todos.

Exaustos-e-correndo-e-dopados

por Elaine Brum
El Pais
Julho 2016



Nos achamos tão livres como donos de tablets e celulares, vamos a qualquer lugar na internet, lutamos pelas causas mesmo de países do outro lado do planeta, participamos de protestos globais e mal percebemos que criamos uma pós-submissão. Ou um tipo mais perigoso e insidioso de submissão. Temos nos esforçado livremente e com grande afinco para alcançar a meta de trabalhar 24X7. Vinte e quatro horas por sete dias da semana. Nenhum capitalista havia sonhado tanto. O chefe nos alcança em qualquer lugar, a qualquer hora. O expediente nunca mais acaba. Já não há espaço de trabalho e espaço de lazer, não há nem mesmo casa. Tudo se confunde. A internet foi usada para borrar as fronteiras também do mundo interno, que agora é um fora. Estamos sempre, de algum modo, trabalhando, fazendo networking, debatendo (ou brigando), intervindo, tentando não perder nada, principalmente a notícia ordinária. Consumimo-nos animadamente, ao ritmo de emoticons. E, assim, perdemos só a alma. E alcançamos uma façanha inédita: ser senhor e escravo ao mesmo tempo.

O impacto psicológico do Brexit

por Peter Thal Larsen (texto em inglês)
NYTimes
Jun 2016

A vitória do voto pelo Brexit terá consequências políticas e econômicas. Por um lado, fortalecerá os partidos de extrema direita na Europa, como Marine Le Pen, que poderá ser eleita presidente da França em 2017... é o prenúncio de um perigoso ciclo extremista. Por outro, um dólar fortalecido deverá ter efeitos econômicos em todo o planeta.




O Brasil envelhece rapidamente

O envelhecimento da população brasileira provocará mudanças profundas na nossa vida. Em apenas duas décadas, o país vai encarar um percurso de envelhecimento que nações demograficamente maduras demoraram mais de um século para atravessar.


Por: Rodrigo Flores, Daniel Tozzi, Juliana Carpanez, Rodrigo Bertolotto
UOL TAB
Abril 2016


Quem viver verá um Brasil diferente em questão de pouquíssimo tempo - quando se pensa em perspectiva histórica. Em apenas duas décadas, o país vai encarar um percurso de envelhecimento que nações demograficamente maduras demoraram mais de um século para atravessar. As projeções apontam que, após 2030, o contingente acima dos 60 será maior do que o de crianças e adolescentes de até 14 anos. Em 2050, os idosos representarão o dobro dessa população jovem. As diminuições da mortalidade infantil e adulta, combinadas à queda da natalidade, moldam um novo perfil brasileiro. Uma terra em que, a partir de 2040, os únicos grupos populacionais que vão crescer serão os de pessoas com 55 anos ou mais.

Novatos na crise



Novatos na crise: jovens brasileiros enfrentam pela primeira vez uma recessão e um impeachment
Por Heloisa Mendonça e Maria Martin
El Pais
Abril 2016

A primeira crise a gente nunca esquece. E a deles está sendo dupla. Acostumados com a prosperidade econômica da última década, jovens brasileiros nascidos no final da década de 80 ou 90 – que fazem parte da chamada geração milênio – estão enfrentando, pela primeira vez, um cenário de forte recessão econômica em meio a uma turbulenta crise política. Muitos eram pequenos quando Fernando Collor saiu por impeachment em 1992, e outros só tinham ouvido seus pais falarem a respeito dessa passagem da vida brasileira até então.

Por que a beleza é importante?

"A beleza é o remédio para o caos e sofrimento na vida humana... A bela obra de arte traz consolo na tristeza e afirmação na alegria... A beleza é mais do que subjetiva; é uma necessidade universal" Roger Scruton

Scruton é um filósofo polêmico, especialista em estética e com foco em música e arquitetura. Nesta palestra ele fala sobre a importância da beleza nas artes e nas nossas vidas. Vale a pena assistir!


Não vai ter golpe! Uma análise do discurso petista

“Não haverá golpe!" A veracidade do discurso petista
por Nildo Viana
Informe e Crítica
março 2016



O mote dos petistas, simpatizantes e apoiadores é que “não haverá golpe” e que é preciso impedir o “fascismo”. A análise dialética do discurso permite mostrar o que isso significa e que tem um momento de verdade. No entanto, esse momento de verdade é uma ilha isolada cercada por inúmeros “momentos de falsidade”. 

Qual é o momento de verdade desse discurso? É quando afirma que “não haverá golpe”, pois essa possibilidade está tão distante do horizonte que é um truísmo. No entanto, por detrás desse momento de verdade, há um momento de falsidade, que é justamente afirmar a existência de tal possibilidade. Não existe nenhuma possibilidade de golpe hoje no Brasil, bem como não existe nenhuma “força fascista” com condições de chegar ao poder. Mas existem mais momentos de falsidade nesse discurso e é isso que vamos apontar agora. 

O primeiro elemento é entender o que significa golpe de estado (pois é a isso que se refere o discurso petista):


Ser feliz é viver de forma poética

de geledes.org.br

“Para mim o problema da felicidade é subordinado àquilo que chamo de ‘o problema da poesia da vida’. Ou seja, a vida, a meu ver, é polarizada entre a prosa – as coisas que fazermos por obrigação e não nos interessam para sobreviver -. E a poesia – o que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar. E é isso que é importante. Então, eu digo que o verdadeiro problema não é a felicidade. Porque a felicidade é algo que depende de uma multiplicidade de condições e eu diria mesmo o que causa a felicidade é frágil, porque, por exemplo, no amor de uma pessoa, se essa pessoa morre ou vai embora, cai-se da felicidade à infelicidade.

[…]Em outras palavras, não se pode sonhar com uma felicidade contínua para a humanidade. É impossível porque a felicidade, repito, depende de uma soma de condições. Então, pelo outro lado, o que se pode dizer, pode se tentar favorecer tudo o que permita a cada um viver poeticamente sua vida e, se você vive poeticamente você encontra momentos de felicidades, momentos de êxtase, momento de alegria e, na minha opinião, é isso”. Edgar Morin


 

O que nos faz ter uma vida boa?

O que nos faz ter uma vida boa?

Uma pesquisa recente com jovens adultos revelou que o grande objetivo é riqueza e fama. Mas, será que este é o melhor caminho para ter uma vida feliz?

A universidade de Harvard fez um estudo ao longo de 75 anos com 724 homens. Todos os anos os pesquisadores perguntavam a respeito de saúde, trabalho, família, preocupações, etc. Alguns tiveram vidas boas, outros não. O que esse estudo revelou? Assista a palestra.