A revolução freelance

Estamos no meio de uma mudança histórica que se compara à transição das fazendas para as fábricas. Freelancers já representam 33% dos trabalhadores nos EUA e quase nove em cada 10 dizem que não aceitariam um trabalho de tempo integral tradicional, se fossem oferecidos.



Help for the Way We Work Now
por Sara Horowitz
NY Times
Setembro 2015
Traduzido e adaptado por Dado Salem


Para melhor ou pior o freelancer está se tornando o novo padrão de normalidade no Estados Unidos. Existem hoje 53 milhões de trabalhadores independentes em todo o país. Como os trabalhos formais estão se tornando escassos, a “economia freelance” está revolucionando a maneira que vivemos e trabalhamos.

Alguns argumentam que o freelancer tem se tornado mais comum como resultado da crise econômica de 2008. Para muitos freelancers, isso é sem dúvida verdade. Mas um número crescente de trabalhadores estão voluntariamente optando por sair do emprego convencional para buscar oportunidades como freelancer.

Mais da metade dos pesquisados se tornou freelancer por opção e não por necessidade. Quase nove em cada 10 dizem que não aceitariam um trabalho de tempo integral tradicional, se fossem oferecidos. Isso porque o freelancer tem um tipo de flexibilidade e independência que seria quase impossível alcançar no passado. Em vez de olhar o relógio de um cubículo, freelancers definem seu próprio horário de trabalho e são pagos por seu tempo. Eles podem pegar seus filhos na escola ou ir ao médico sem pedir permissão para seus patrões. Eles não têm de enfrentar o trânsito da hora do rush, todas as manhãs, e podem decidir por si mesmos se preferem trabalhar até tarde da noite.

Estamos no meio de uma mudança histórica que se compara à transição das fazendas para as fábricas. No entanto, apesar de fazerem parte de mais de um terço da força de trabalho norteamericana, os freelancers não têm acesso aos benefícios e proteções essenciais que vêm com o emprego tradicional e isso começa a ser questionado.

Os freelancers inevitavelmente enfrentam períodos sem remuneração. Mas os subsídios de desemprego não estão disponíveis para a maioria deles, ficando praticamente sem nenhuma rede de segurança. Mesmo quando estão trabalhando, os freelancers não desfrutam dos cuidados de saúde e benefícios de aposentadoria essenciais associados ao emprego assalariado.

É quase impossível para os freelancers se planejarem para a aposentadoria pois são forçados a mergulhar em suas economias nos períodos entre trabalhos.

Como sempre os políticos estão usando uma linguagem ultrapassada. Não estão falando sobre como trabalhamos hoje, e certamente não falarão sobre como trabalharemos amanhã.

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